quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

A Importância do Planejamento Tributário



O Planejamento Tributário é muitas vezes visto com um único propósito, o de arrecadar o valor dos tributos devidos ao governo. Entretanto, este planejamento possui um objetivo muito mais significativo: A elisão fiscal, ou seja, a economia de valor monetário, para a própria empresa, de forma totalmente legal – quando se fala em pagamento das obrigações tributárias –, e apesar de ser algo extremamente vivo e complicado (principalmente quando se trata da complexidade da legislação tributária brasileira), sua existência deve ser de conhecimento do planejador da empresa, muitas vezes, o administrador. E o que muitos administradores, contadores ou planejadores não sabem é que existem formas de se evitar ou minimizar esse pagamento excessivo de tributos e agregar valor na redução das despesas de caixa.

Todo esse processo, constantemente, passa a ser percebido como algo relacionado à má gestão, criando conexões com outro termo, totalmente oposto ao propósito do planejamento tributário, que é o ato de não pagar os tributos conforme especificado na legislação, conhecido como evasão fiscal.

Pode-se observar que há muitas empresas que optam por regimes tributários mais custosos e burocráticos, apenas por simples tradição desde a criação da empresa ou por pura falta de conhecimento sobre planejamento, algo que não agrada nem um pouco os donos da empresa, ou os acionistas, já que com maiores tributos, o seu lucro será menor. A tarefa do administrador é rever constantemente qual o regime tributário em que sua empresa opera, e saber qual regime é o mais econômico e menos burocrático, dando prioridade para o regime menos oneroso. Quando falamos de planejamento tributário, deve-se trabalhar com números, e não com opiniões.

Segundo IBGE (Estudo de 2017), o Brasil é o 14º país com maior carga tributária, com 35,04%. Ou seja, em média, a carga tributária no Brasil equivale a 35,04% do PIB e isso é resultado da grande burocracia na hora de recolher os impostos e, consequentemente, uma falta no planejamento tributário. Estudos do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), revelam que as empresas no nosso país gastam em média 1.958 horas anuais para cumprir as regras do fisco, enquanto a média de outros países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é de 160,7 horas anuais, aproximadamente 8% do tempo gasto no Brasil. Isso explica o fato de muitos planejadores optarem pelo regime menos burocratizado, não dando a devida atenção à economia de recursos financeiros para a empresa.

Existem vários casos falando sobre a economia e importância, mas para exemplificar este último, vale ressaltar um estudo feito em uma empresa no ramo de perfumaria e cosméticos em Juína/MT, em 2017. De maneira bem direta, onde, após análises do faturamento e lucro da empresa, chegou-se à conclusão de que ela estava enquadrada indevidamente no regime do Simples Nacional (menos burocrático), e que se tivesse optado pelo regime do Lucro Presumido, poderia ter economizado cerca de 113 mil reais no ano (conforme tabela).

Na prática, se o planejador tem a possibilidade de fugir dessa burocracia, ele não pensa duas vezes, mas não percebe o quanto pagará a mais de tributos em troca. Atualmente, as empresas precisam mostrar que se preocupam com seus clientes, por mais que isso signifique vender a preço de custo, e por esse e outros motivos é que o planejamento tributário deve ser feito, economizando o maior valor possível para o bem-estar da empresa, caso contrário, a saúde da empresa nunca estará satisfatória para os acionistas ou donos.



 Autor: Marcelo Costa Filho

Monitor da disciplina de Controladoria do curso de administração, lecionada pela professora Monica de Faria Mascarenhas e Lemos.





Referências:

https://www.researchgate.net/publication/323785481_Planejamento_tributario_estudo_de_caso_em_um_comercio_atacadista_de_alimentos

https://www.terra.com.br/noticias/dino/empresas-pagam-mais-imposto-que-o-devido-por-falta-de-planejamento-tributario-aponta-especialista,811d9281e5ba0754a6f42465d71905a8j80enwfa.html

https://www.fh.com.br/blog-fh/sala-de-imprensa/brasil-gasta-tempo-com-burocracias-fiscais/#:~:text=A%20escolha%20do%20regime%20tribut%C3%A1rio,de%20enfrentar%20na%20esfera%20fiscal.&text=Estudos%20do%20IBPT%20(Instituto%20Brasileiro,cumprir%20as%20regras%20do%20fisco.

https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/2017/08/cadernos/jc_contabilidade/581856-maioria-das-empresas-brasileiras-paga-impostos-indevidamente.html

https://blog.grupostudio.com.br/studio-fiscal/serie-estudo-tributario-quanto-o-comercio-paga-de-imposto/

http://legado.fucape.br/premio_excelencia_academica/upld/trab/20/222_proposal.pdf



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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O “novo normal”: como empresas e profissionais devem se adaptar pós-pandemia

O distanciamento social fez com que nosso dia a dia mudasse de forma radical. Empresas enviaram a maioria de seus funcionários para trabalhar em casa, reuniões agora são realizadas por videoconferência, e hotéis, shoppings, cinemas, restaurantes, parques, clubes e quase todos os estabelecimentos ligados ao entretenimento deixaram de funcionar do dia para a noite. Estamos vivendo em nossa atualidade uma crise sem precedentes. Pelo menos para parte da população mundial, será a primeira grande crise a nível de saúde e economia ao mesmo tempo. Temos que enfrentar um inimigo invisível aos nossos olhos, que ataca de forma silenciosa, mas que pode ser letal! Ainda se não bastassem as batalhas que estamos enfrentando sem nenhuma arma de combate eficaz (vacina ou tratamento confiável), outro pilar fundamental para a subsistência humana está sendo duramente atingido a Economia.

Mas estas mudanças apenas começaram. Elas tendem a se intensificar ainda mais, pois as empresas estão reagindo a tudo isso, digitalizando suas rotinas, seus produtos e absolutamente tudo que podem; uma tentativa de sobreviver ao que estamos vivendo.

Temos vivenciado na grande maioria das grandes corporações, a adoção em massa do home office, a caráter emergencial, para não ter grande problemas com a parada total da atividade econômica da organização. Na empresa em que trabalho, por exemplo, para o pessoal do escritório era praticamente inimaginável um esquema de rodízio de home office ou um home office definitivo. Isso até antes a pandemia! Hoje já foi instalado o regime de home office em definitivo para alguns setores e um rodízio para o restante do pessoal. Isso foi uma experiência tímida, mas que nos mostrou que dava para flexibilizar o trabalho in loco, sem perda de produtividade. Quando a pandemia chegou, foi só o tempo de nos ajustarmos para que todo o administrativo passasse a trabalhar de casa.

Neste novo cenário na qual no encontramos, é fundamental que as empresas se adaptarem aos processos juntamente com seu capital humano. Realizar uma mudança de mindset corporativo e observar como os seus colaboradores estão encarando essa nova fase, são pontos fundamentais para que a adaptação ao novo normal seja positiva e eficaz.

O novo normal engloba um conjunto de aspectos, e talvez algumas empresas estejam mais preparadas do que outras para as mudanças. Por exemplo, a digitalizar os processos para que as atividades aconteçam de forma remota, a fim de viabilizam o home office como nova forma de trabalho e economia de recursos.

No chamado “novo ambiente de trabalho”; as principais mudanças estão associadas a rotina dos negócios e processos, trazendo modernidade e inovação para todas as etapas. Como sabemos, o impacto do coronavírus foi grande para muitas empresas, e cada segmento está passando por esse momento de uma forma se adaptando ao novo cenário. Os comitês de crises foram acionados, para aturem visando um cenário de guerra! Criando os planos de gestão de crise, redução de custo e congelamento de atividades, foram colocados em prática para que as corporações possam superar esse momento. E agora, com as adequações já realizadas, o mindset está voltado para a reinvenção, fortalecimento do posicionamento, valorização do capital humano e visão de oportunidades. Assim, as principais mudanças corporativas que devem permanecer no mundo pós-pandemia, são o novo normal para as empresas: Digitalização de diversos processos; uso de ferramentas tecnológicas; surgimento de novos negócios; flexibilização do trabalho remoto; reorganização de equipe e atividades; crescimento do e-commerce e do marketing digital.

ISMAEL SANTOS NOBRE






REFERÊNCIAS


https://forbusiness.vagas.com.br/novo-normal-pandemia/. Acesso em: 09 novembro 2020.

 

https://blog.pandape.com.br/o-novo-normal-a-importancia-do-rh-em-um-mundo-pos-pandemia/. Acesso em: 09 novembro 2020.

 

https://www.istoedinheiro.com.br/nao-havera-um-novo-normal-no-mundo-pos-pandemia-diz-wohnrath/. Acesso em: 09 novembro 2020.

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terça-feira, 24 de novembro de 2020

A Atual Relevância de Um Ambiente Organizacional Sustentável

   A importância de se criar um ambiente organizacional preocupado com o espaço que atua não é um tópico recente, podemos observar que o interesse pelos aspectos ESG (sigla em inglês para os temas ambientais, sociais e de governança) no mercado financeiro vem crescendo desde o final dos anos 2000, com especial ênfase nos últimos três anos, segundo o The Global Sustainable Investment Alliance, o total de investimentos alocados em ESG, em 2019, era de US$ 30, 7 trilhões, 34% a mais do que o valor registrado em 2016.

  Em 2020, além de enfrentarmos as consequências da crise sanitária, observamos também uma sucessão de crises econômicas, ambientais, sociais e políticas e a preocupação em prevenir e preservar pode parecer secundária em um momento onde a maioria das empresas estão focadas na sobrevivência.

  Porém, mesmo que a preocupação seja se estabilizar, de modo algum podemos voltar ao “velho normal”, pois, em grande parte, ele é a causa das consequências trágicas que enfrentamos agora. Devemos continuar o crescimento dos investimentos alocados em sustentabilidade e incentivar novas ideias, afinal, para não gerarmos mais consequências negativas, mostra-se ainda mais necessário buscar maneiras alternativas e conscientes de se trabalhar, e isso vai desde a alocação de um servidor que use aquilo que chamamos de tecnologia verde (Green IT) ou até mesmo proporcionar para seus funcionários a opção de teletrabalho, preservando assim a saúde e diminuindo o desgaste ambiental, como aponta Ricardo Voltolini, CEO e fundador da consultoria Ideia Sustentável, o ser sustentável se tornou o novo normal competitivo.

  Contudo, para se obter junto aos stakeholders a desejada imagem de empresa responsável, é preciso muito mais que cumprir uma agenda ou apenas suas obrigações legais. Nos anos 70, temos uma revolução do pensamento de responsabilidade social, onde a relação empresa e sociedade ganha um novo conceito, a responsividade social (DE MACÊDO, 2013), esse termo indica que a empresa deve demonstrar uma espécie de proatividade socioambiental. Fazer o mínimo já não é motivos de aplausos, cada organização, porém, deve demonstrar sua diligência em agir e orientar seus esforços de forma a auxiliar o Estado a promover os direitos humanos e fundamentais e trabalhar ativamente para melhorar a vida da comunidade na qual está presente.

  Para exemplificar, podemos observar empresas como a Natura, que já apostava na responsividade social, agindo agora através de ações como se dedicar gradativamente a produzir apenas itens essenciais de higiene pessoal, além de álcool em gel e líquido, trabalhando com times reduzidos e também produzindo materiais como uma pesquisa interna sobre o trabalho remoto para entender as dores dos profissionais neste momento e endereçar suas necessidades. Além disso, a Natura &Co, grupo de beleza que engloba as marcas Avon, Natura, The Body e Aesop, anunciou um ambicioso plano de sustentabilidade com metas focadas em crise climática, proteção da Amazônia, defesa dos direitos humanos e garantia de igualdade e inclusão que deve envolver toda a sua rede até 2030. Esse exemplo deveria motivar as demais empresas a pensar em estratégias para se desenvolverem de forma sustentável, pois é isso que se espera delas, nas palavras de Roberto Marques, Presidente Executivo do Conselho e CEO do Grupo Natura &Co: “Entendemos o momento crítico em que vivemos e o papel que as empresas precisam desempenhar para se engajarem e se comprometerem com uma sociedade melhor, mais sustentável e mais inclusiva. Ainda precisamos fazer muito mais para ser a geração que restaura nosso planeta e protege seu povo”.  

  As soluções demonstradas pela Natura e tantas outras empresas, como a Youse, a Cielo ou a MD2, geram muito mais que uma visão externa positiva, como nos mostram Godói-de-Sousa, Nakata e Yokomizo (2009, p. 2), a sustentabilidade é uma via de mão dupla, onde organização e organizados são influenciados reciprocamente. Portanto, a visão responsiva acerca da sociedade deve estar presente em todos os níveis da hierarquia organizacional, segundo a Rede Brasil do Pacto Global em parceria com a Edelman, 94%  dos respondentes da pesquisa concordam que as corporações têm responsabilidade em ajudar o governo na crise mas que também deve ter como foco o bem estar de seus colaboradores.

  Devemos estar atentos para que apreensão e inflexibilidade não sejam as palavras que definem o clima organizacional atual de nossas organizações, a gestão de topo deve proporcionar um ambiente conscientizado e comprometido com a implementação de novos sistemas e estratégias voltadas para o bem estar de seus dependentes.  O “S” da sigla ESG é de extrema importância, o social está em foco, e ter uma cultura de avanço sustentável, inovador e tecnológico é o caminho para a perpetuidade.  

  Perpetuidade que se define como continuidade, não apenas da empresa no mercado competitivo, mas também das próximas gerações. Garantir essa continuidade exige ir além de ceder às pressões externas e cumprir obrigações legais, devemos, de forma responsiva, seguir enxergando as necessidades e colocando-as em um plano de ação, para então, usando dos recursos disponíveis, preservar a vida. Como Sartre pensa, ainda que sejamos livres, a liberdade leva o fardo da responsabilidade, e as empresas, com toda sua influência, são responsáveis por tudo aquilo com o qual interagem através de suas decisões.


 


 

Emanoely dos Santos Graduanda de Administração, 4º período.


Maysa Moraes de Araújo Graduanda de Contábeis, 4º período.


Referências:

VOLTOLINI, Ricardo. Como fica a sustentabilidade nas empresas depois que o vírus passar. 2020. Disponível em: https://neofeed.com.br/blog/home/como-fica-a-sustentabilidade-nas-empresas-depois-que-o-virus-passar/. Acesso em: 10 nov. 2020.

Y ÁLVARO DIAS, Sérgio Vicente. A RESPONSIVIDADE AMBIENTAL DAS EMPRESAS: ANÁLISE DAS PRESSÕES EXTERNAS E DOS BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS. SOLIDARI(E)DAD(E) - Revista Iberoamericana de Empresa Solidária, [s. l.], v. 1, n. 1, p. 65–81, 2018. Disponível em: https://institucional.us.es/asibeam/index.php/SOLIDARIDAD/article/view/15

DE MACÊDO, Nivea Marcela Marques Nascimento. Considerações acerca da Responsabilidade Social Empresarial: um estudo a partir de sua evolução histórica. Simpósio de Execelência em Gestão e tecnologia (SEGet), [s. l.], v. 10, 2013.

BITTENCOURT, Epaminondas; CARRIERI, Alexandre. Responsabilidade social: ideologia, poder e discurso na lógica empresarial. Revista de Administração de Empresas, [s. l.], 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1590/s0034-75902005000500001

NEGOCIOS, Santander. Como conscientizar seus funcionários a respeito da sustentabilidade. 2017. Disponível em: https://santandernegocioseempresas.com.br/app/empreendedorismo/como-conscientizar-seus-funcionarios-a-respeito-da-sustentabilidade. Acesso em: 10 nov. 2020.

CLICK, Green. Sustentabilidade na empresa começa com clima organizacional. In: CLICK, Green. Sustentabilidade na empresa começa com clima organizacional. [S. l.], 15 maio 2015. Disponível em: http://www.greenclick.com.br/sustentabilidade-na-empresa-comeca-com-clima-organizacional/. Acesso em: 8 nov. 2020.

COVID 19 Como as empresas estão lidando com a pandemia. 2020. Disponível em: https://www.edelman.com.br/estudos/covid-19-como-as-empresas-estao-lidando-com-a-pandemia. Acesso em: 15 nov. 2020.


SANTOS, Micaela et al. Coronavírus: como a Natura está enfrentando a pandemia. 2020. Disponível em: https://epocanegocios.globo.com/Podcast/Negnews/noticia/2020/07/coronavirus-como-natura-esta-enfrentando-pandemia.html. Acesso em: 16 nov. 2020.


CONHEÇA as ações de 9 empresas para seus funcionários durante a pandemia de Covid-19. 2020. Disponível em: https://www.glassdoor.com.br/blog/conheca-as-acoes-de-9-empresas-para-seus-funcionarios-durante-a-pandemia-de-covid-19/. Acesso em: 16 nov. 2020.


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segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Eleições Americanas, Pandemia e o Brasil

    Estamos vivendo um momento histórico de desafios sem precedentes. Pelo menos para boa parte da população mundial, será a primeira grande crise de saúde pública com impactos econômicos severos ao mesmo tempo. Enfrentamos um inimigo invisível que ataca de forma silenciosa, como se não bastassem as batalhas que estamos enfrentando sem nenhuma arma de combate eficaz (vacina ou tratamento confiável) outro pilar fundamental para a subsistência humana está sendo duramente atingido, a Economia. Neste cenário, as preocupações quanto a nossa economia somam-se as novas configurações políticas mundiais com a decisão da eleição presidencial nos EUA, hoje um dos maiores aliados do Brasil no mundo. 
    Não é novidade que a vitória do democrata Joe Biden, pode enfraquecer o governo Bolsonaro na medida em que as políticas internacionais em relação ao Brasil forem afetadas. Bolsonaro e Trump, partilham o posicionamento ideológico de direita, o conservadorismo nos costumes, e o estilo populista online de fazer política, configurações que vão de encontro com as características de Joe Biden.
A relação comercial entre o Brasil e EUA pode ser considerável estável nos últimos anos, sendo que, a aproximação ideológica entre Trump e Bolsonaro, não trouxe consigo mudanças positivas com relação à participação dos EUA na balança comercial brasileira. Da mesma forma, é provável que a vitória de Biden também não produza mudanças nesse cenário embora possuam potencial para estreitar as relações entre Estados Unidos e China, o que por sua vez, tenderia a diminuir a pressão política sobre as relações comerciais entre o Brasil e a China e a aumentaria as possibilidades de negócios entre os dois países - ainda que haja incremento das importações chinesas de produtos americanos em detrimento das exportações brasileiras.
    Os Estados Unidos é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, e para que haja um aumento no fluxo de negócios, ambas as economias precisam se recuperar da crise gerada pela pandemia do novo corona vírus. Diante deste desafio, para se aproximar cada vez mais dos EUA o governo brasileiro decidiu pelo fim da necessidade de visto para americanos viajarem para o Brasil com o intuito de aumentar as possibilidades de investimentos e fluxo de turistas em nosso território. Por motivos óbvios isto não aconteceu na escala desejada, mas esta ação atingiu seu objetivo possibilitando, ao seu tempo, o fortalecimento das relações com os EUA. 
    Com a vitória de Joe Biden, há uma grande possibilidade de se aumentar o peso do multilateralismo na política externa americana com foco em questões ambientais. Pode haver um aumento da pressão externa sobre o Brasil com impacto político e econômico inclusive no que diz respeito ao destino do acordo entre União Europeia e o Mercosul. A pauta ambiental, é bom dizer, vem causando atritos entre os Democratas e o presidente Bolsonaro desde 2019 e especificamente com Biden durante o período pré-eleitoral norte americano. Fazer contraposição pública à Bolsonaro tem rendido dividendos eleitorais ao Democrata, na medida em que expõe e fortalece seu compromisso geral com o meio ambiente e com a Amazônia em particular. A vitória de Biden pode ter efeitos no público interno e fortalecer os grupos que confrontam Bolsonaro, como os que discutem a área do meio ambiente e dos direitos humanos. Para o Brasil a vitória de Joe Biden pode fornecer um campo fértil para grandes embates com grandes consequências.
    Sem a referência de Trump na cena política global, cabe ao Brasil retomar certa racionalidade na condução da política externa, para evitar a construção de um isolamento político internacional. De qualquer forma cabe mantermos a atenção em alguns pontos estratégicos, como o acordo de livre comércio, algo que Bolsonaro tem buscado desde que assumiu o poder, em 2019. Apesar dos dois países não terem conseguido uma parceria deste porte até o presente momento, cabe ressaltar o fechamento na última semana de um Acordo de Comércio e Cooperação Econômica (ATEC, na sigla em inglês) que prevê, entre outras medidas, a facilitação do comércio e o combate à corrupção. Vamos atentos seguindo os acontecimentos.



Artigo de Opinião – Ismael Nobre

Turma: 8º período de ADM

Curso:  Administração




REFERÊNCIAS


https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2020/11/4886673-especialistas-avaliam-impactos-da-eleicao-americana-no-brasil.html. Acesso em: 09 novembro 2020.


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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Um olhar crítico sobre a pandemia

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, fomos bombardeados com notícias das consequências dessa situação sem precedentes. Manchetes diárias nos aproximaram da realidade, das vidas perdidas devido ao vírus e dos estragos na economia de inúmeros países em todo globo, números e índices que alertavam para as crises que afetaram diretamente a população, principalmente a camada mais sensível da sociedade. Mas essa realidade não foi um fato comungado de forma uniforme, uma parcela muito pequena da sociedade (praticamente insignificante em quantidade, mas extremamente relevante em influência econômica e política) obteve neste momento ímpar na história da humanidade números e índices completamente diferentes.

Em junho, foi noticiado que Jeff Bezos (fundador e CEO da Amazon) ficou 44 bilhões de dólares mais rico durante a pandemia (cerca de R$245 bilhões, ou seja, quase o valor total da dívida externa brasileira, estimada em R$323 bilhões ao final de 2019). Esse aumento exorbitante, se deu pela valorização das ações de Amazon principalmente neste momento de isolamento social, onde o comércio, ou estava fechado ou operando de maneira reduzida, abrindo então um espaço gigantesco para o e-commerce. “Só no primeiro trimestre, as compras no e-commerce avançaram 32%. Foram 16 milhões de pessoas realizando mais de 50 milhões de compras. É o maior valor registrado em toda a série histórica nesse período e rendeu um faturamento de 20 bilhões de reais”. Analisando sob a ótica do mercado, é natural que em situações adversas como esta que estamos passando, novos modelos de negócios irão surgir e aqueles que se adaptam à nova realidade conseguem sair na frente e ultrapassar as adversidades. Mas a questão que este artigo ousa levantar é: como podemos presenciar essa conjuntura e apenas aceitar que é essa a maneira de como o modelo de mercado funciona?

Não é preciso fazer grandes reflexões éticas ou morais para acreditar que no mínimo é injusto que a mesma pandemia que tirou 400 milhões de empregos ao redor do mundo e ameaça outros 430 milhões de pequenos negócios, foi a mesma que acrescentou 3 trilhões de dólares de valor de mercado para as 100 empresas campeãs do negócio de ações. É impensável que poderemos sustentar uma sociedade tão injusta e desigual assim por muito tempo. Como avalia Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil: “Não podemos aceitar que esse modelo econômico, que privilegia alguns poucos bilionários em detrimento de toda a sociedade, continue a ditar as regras. Nosso relatório mostra que essa economia só tem funcionado para um pequeno grupo de pessoas, os super-ricos”.

No Brasil, a situação não poderia ser diferente, ao fim de setembro de 2020 o número de desempregados chegou a 13,5 milhões, uma alta de 33,14% em 5 meses de pandemia, segundo levantamento do IBGE. Já em relação às micro e pequenas empresas, foram mais de 600 mil que fecharam as portas desde o início da pandemia do novo coronavírus. Outros 30% dos empresários precisaram recorrer a empréstimos para manter seus negócios, e destes, 59,2% foram negados pelas instituições financeiras. Ao olharmos os números dos resultados financeiros dos maiores bancos que atuam no Brasil, nota-se uma queda de 31,9% do lucro neste primeiro semestre de 2020 se comparado ao ano passado. “Nos primeiros seis meses do ano, as instituições tiveram ganhos de R$ 40,8 bilhões - R$ 22,4 bilhões no primeiros trimestre e R$ 18,4 bilhões no segundo”.

Mas quando vamos ao fundo da informação, descobrimos que o principal motivo da queda é pelo maior nível de provisionamento para perdas com crédito (ou seja, como medida protetiva, os Bancos aumentaram o valor em caixa para assegurar as operações de crédito). E se formos além, mesmo antes da pandemia se tornar uma realidade, a previsão da rentabilidade das instituições financeiras já era de redução, por conta da queda da taxa básica de juros.

No final de março, ainda no início desta crise de saúde pública, o governo federal anunciou entre outras medidas para proteção da economia, o “Programa Emergencial de Suporte a Empregos” representada pela MP 944, que lançava uma linha de financiamento a juros reduzidos para pequenas e médias empresas com faturamento anual de R$ 360 mil a R$ 10 milhões. O crédito foi repassado para as cooperativas e bancos brasileiros, para então distribuir os financiamentos como forma de ajudar a liquidar a folha de pagamento para evitar demissões em massa. Mas, entretanto, há inúmeros empresários que relatam uma grande dificuldade para conseguir a liberação do crédito, levando semanas ou meses, ou mesmo ficando este inacessível para muitos.

Apesar de estarmos citando dados referentes à realidade brasileira, é redundante afirmar que países com economias semelhantes à do Brasil também estão enfrentando um caminho de muitas dificuldades. Como afirmam alguns economistas “Os países mais pobres lutaram sozinhos contra o coronavírus, empenhando os seus recursos limitados e elevando suas dívidas a patamares insustentáveis”.

Em uma nova década cheia de incertezas, a única afirmação que podemos fazer com certa propriedade, é que o sistema econômico mundial está mostrando cada vez mais sua fragilidade e desigualdade. É provável que a presente pandemia seja o derradeiro alerta para a transformação econômica que a sociedade tanto necessita.

Samuel Ramos (2017101870)

Administração (6° período)



















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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

ECOSSISTEMA EMPREENDEDOR - DICAS

O empreendedor é aquele que “faz acontecer”, ou seja, ele tem um objetivo, um projeto, e busca todos os meios possíveis para executá-lo. Esse empreendedor no passado se via solitário, contando apenas com as parcerias de pessoas próximas ao indivíduo e que acreditavam nele.

Com o passar dos anos foram surgindo incentivos e entidades que passaram a dar suporte a esse empreendedor, com a estruturação dessas organizações e com a participação das entidades governamentais, surgiu o ecossistema empreendedor moderno.

Esse conceito de ecossistema surgiu numa publicação do economista e cientista político austro-americano Joseph Schumpeter, especialmente o livro The Theory of Economic Development (1934).

Observe a seguir o que faz parte desse ecossistema empreendedor:


Acredito que, na realidade brasileira, o empreendedorismo é uma alternativa válida para o crescimento e desenvolvimento econômico do país, além de ser uma alternativa plausível para o indivíduo.

No Brasil temos instituições de fomento ao empreendedorismo como por exemplo a Endeavor Brasil, uma organização privada que surgiu nos Estados Unidos em 1997 e depois se espalhou para o mundo.

“Acreditamos que os empreendedores de alto impacto podem mudar o mundo, por isso trabalhamos para que eles tenham condições de exercer todo o seu potencial. Nosso desafio é fazer com que o Brasil seja reconhecido não apenas pela quantidade de empreendedores, mas pela sua qualidade e impacto.” – Endeavor Brasil

Outra organização, essa no âmbito da esfera pública, é o SEBRAE que é uma instituição que faz parte do sistema ‘S’ no Brasil. O SEBRAE tem como objetivo também incentivar e fomentar projetos e iniciativas de negócios que vão iniciar ou que já estão funcionando. A organização

apoia desde startups até a simples padaria da esquina, sendo a instituição mais democrática e aberta ao incentivo de qualquer iniciativa empreendedora.

Por já ter participado particularmente de um programa do SEBRAE, o programa “Operação”, posso, por experiência própria, recomendar que se busque tanto cursos gratuitos (online ou presencial) quanto a apresentação e participação de programas mais longos, como foi meu caso. Se você tem uma boa ideia e quer testá-la na prática, tente passar num processo seletivo para participar em um dos programas SEBRAE para empreendimentos.

Em Curitiba mais especificamente temos o incentivo da Prefeitura com o Vale do Pinhão, denominado pelo mesmo como “Ecossistema de Inovação de Curitiba”.

“O ecossistema de inovação é composto por todos e quaisquer atores cujo objetivo é o desenvolvimento de inovação, como por exemplo, universidades, aceleradoras, incubadoras, fundos de investimento, centros de pesquisa & desenvolvimento, startups, movimentos culturais e criativos, a sociedade, etc.” – Vale do Pinhão

Como demonstrei acima, atualmente o que não falta são incentivos ao empreendedorismo, existem diversos artigos, matérias e palestras que abordam de forma extensiva esse tema, no meio de tanta coisa acontecendo as vezes falta um direcionamento para que o empreendedor ache um bom caminho. Minha intenção neste artigo é citar e recomendar pessoalmente instituições que conheço e acredito que podem mudar a cara de nossa nação, organizações que pode ajudar você, empreendedor.

Como uma dica final, incentivo aos entusiastas de novos negócios, procurar se inscrever em prêmios como o “Ozires Silva de Empreendedorismo”, prêmio o qual eu participei chegando na final e sendo reconhecido pelos meus esforços, uma oportunidade ímpar de conhecer pessoas incríveis que com toda certeza irão te inspirar.




Fontes: https://www.assespropr.org.br/vale-do-pinhao/ (Acesso:10/2020) https://endeavor.org.br/ (Acesso:10/2020) http://www.valedopinhao.com.br/ (Acesso:10/2020) https://www.sebraepr.com.br/ (Acesso:10/2020) https://medium.com/@diegobarreto/sem-desculpas-em


Autor: JOÃO PEDRO SANTOS CARVALHO
Orientador: SÉRGIO ITAMAR


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